MENSAGENS EDUCATIVAS POSITIVAS
TEMA: A AUTO-IMAGEM DO POVO BRASILEIRO Antonio de Andrade * É autorizado o uso do artigo, por quaisquer meios, com a indicação do autor e do site |
Todo ano na semana e no dia 7 de Setembro o Brasil realiza comemorações cívicas pela sua independência. E essa época torna-se um bom momento para se refletir sobre a pátria verde e amarela e seu povo brasileiro. Dia 22 de abril de 2000 o Brasil comemorou oficialmente os seus 500 anos do "descobrimento" por Pedro Álvares Cabral, fato histórico que iniciou "oficialmente" a nação brasileira e a cada ano continua a comemorar esse descobrimento. Cada pessoa que nasceu e vive neste país, sente-se brasileiro. Convido-o a fazer uma reflexão sobre a autoimagem do povo brasileiro. Autoimagem é um aspecto muito importante na vida de cada ser humano e, numa visão maior, uma visão de um povo, pois é o modo como cada um (pessoa ou povo) enxerga a si próprio e se posiciona em relação aos outros. A autoimagem influenciará e determinará a maneira de cada pessoa ou povo, se adaptar à vida, o modo de olhar para si próprio e para os outros, pessoas ou povos. Definida a autoimagem, o que ela tem a ver com o país chamado Brasil? Muito, tem muito a haver! Se uma pessoa foi educada como se ela não servisse para nada, que ela é ruim, que não tem capacidade, não tem qualidades, é burra e ignorante e outras características depreciativas como ser humano, certamente ela não se sentirá bem consigo mesma e nem com os outros, por ter baixa opinião sobre si própria e sobre os outros, sentindo-se sem qualidades e sem valor como ser humano. Situação que afetará negativamente o desenvolvimento da pessoa. Agora, se essas ideias forem aplicadas em sentido mais geral, ao "povo brasileiro", o que será encontrado? Gerações e gerações de brasileiros aprenderam nos bancos escolares que o Brasil foi colonizado pelos portugueses, depois de ter sido "descoberto" em 22 de abril de 1500, pela esquadra de Pedro Álvares Cabral. E para realizar essa colonização e "domínio" das novas terras, os portugueses começaram a enviar para cá os condenados e outros que a sociedade portuguesa da época rejeitava. Eram os "degredados", exilados na nova terra em vez de ficarem presos, cumprindo pena nas prisões de Portugal. E junto a eles vinham para as novas terras, aventureiros e mercadores que buscavam riqueza fácil, que queriam explorar o que pudessem das riquezas das novas terras descobertas e que tinham uma só lei e objetivo: fazerem fortuna e voltarem ricos à corte e sociedade portuguesa ou europeia. Assim, gerações de estudantes brasileiros aprenderam que no início do Brasil o "povo brasileiro" foi formado pelos portugueses "enjeitados" da sociedade da época, a "escória, a ralé, os desprezados", e nas novas terras miscigenados com o índio e o negro, resultando dessa mistura racial, o "caboclo ou mameluco" (branco com índio), o "mulato" (branco com negro) e o "cafuzo" (negro com índio), ou seja "o povo brasileiro", e muito tempo depois recebeu outras raças, os italianos, os alemães, os japoneses, etc. Em outras palavras, muitas gerações de brasileiros aprenderam que "o povo brasileiro" foi formado pelo "pior tipo" de gente, da época, os portugueses expulsos de sua terra natal. E assim, gerações e gerações do povo brasileiro ficaram com uma "autoimagem coletiva", mental e emocional bastante negativa, sem as pessoas se darem conta disso, conscientemente. E dessa autoimagem negativa nasceram as várias ideias depreciativas do "povo brasileiro": povo "indolente", "preguiçoso", que "não se esforça no trabalho", que é "corrupto por natureza", que "só quer levar vantagem sobre os outros", que só "quer passar a perna, com esperteza nos outros" e outras, muitas outras, ideias e preconceitos históricos, culturais e raciais.
Mas cada pessoa que faz parte desta nação, não precisa
"sentir-se por baixo", diminuído em sua autoimagem "histórica",
como um povo, ao tomar consciência desses fatos históricos.
O Brasil comemorou em 2.000 os seus 500 anos de história, e cada brasileiro
pode e deve erguer a cabeça como povo e como nação.
O "povo brasileiro" pode e deve ter uma autoimagem mais positiva do que
aquela que inconscientemente, aprendeu nos bancos escolares. Pode sentir
que é um povo de qualidade, que tem muitas qualidades e capacidades
como povo.
* No site www.editora-opcao.com.br há outros Artigos, Livros, Cursos e Palestras do escritor Antonio de Andrade. * Relacionado às ideias deste artigo, leia no site www.editora-opcao.com.br , em especial, o artigo "Globalização e o berço verde e amarelo".
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