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É porque ele, em vez de assumir uma posição arrogante de superioridade, teve a humildade de se colocar alguns centímetros abaixo de todos os rios do mundo.

Em sabendo receber todos os rios do mundo, tornou-se grande e poderoso.

Se o mar desejasse ser o melhor, "o sabe-tudo", o "maioral", "o superior", colocando-se alguns centímetros acima dos rios do mundo, ele não seria mar, mas ilha, pois toda a sua água teria ido para os outros e ele estaria isolado.

Quando você assume uma postura de superioridade em relação aos outros, quando quer ser o "1º em tudo", tem a "obsessão do 1º lugar": você coloca em seus ombros a tarefa desgastante de ser o 1º em tudo, em casa, no trabalho, numa reunião, no futebol, em qualquer circunstância.



O 1º lugar é deteriorante pois quando você já chegou ao cume da montanha, só lhe restará um caminho: começar a descer...

Colocar-se em 2º lugar (não em relação aos outros, mas em relação a você mesmo), é esperançoso, pois no 2º lugar você tem para onde crescer, tem o que melhorar. Assim, você sempre terá o que crescer, objetivos a alcançar...


Que tal aprender a grande lição de humildade do mar?
Quando você se coloca em 1º lugar, em toda situação, você está assumindo uma posição arrogante de "herói", querendo "dominar" todo mundo, colocando-se superior às outras pessoas, achando-se o "todo poderoso", o que sempre tem razão em tudo,o imbatível, o melhor em tudo, o que "sabe tudo" querendo ensinar, julgar, analisar e orientar os outros, pois se coloca como o "dono da verdade", o "dono das pessoas". Agindo assim você está colocando-se como "padrão" dos outros e se relaciona com todo mundo com dogmas, verdades feitas e as pessoas só serão boas, honestas, verdadeiras, inteligentes "se" coincidirem com o "seu" modo de pensar, de agir e sentir. Assim, quando você age como se fosse o "herói", você acha que as outras pessoas devam ser da maneira que você quer que elas sejam, com comportamentos e pensamentos, enquadrando-as ao seu moralismo, aos seus dogmas, às suas verdades, fazendo com que as outras pessoas sofram. Agindo assim você terá o hábito de criticar tudo e todos, suas críticas são tentativas de "enquadrar" alguém "nos seus padrões", diminuindo os outros, desqualificando-as, pois elas "não são boas" como você. Na posição de "herói" você irá se sentir boa se provar que a outra pessoa, qualquer outra ou situação, é má e ruim.
Quando você age como "herói", tentando "manipular" os outros, torna-se obcecado, louco por controles, por poder e age como durão, o autoritário, frio, machão, teimoso, corajoso, desafiador... Mas, ao agir com essas atitudes, estará escondendo o medo com uma capa de coragem para, depois, frustrada a sua tentativa de controlar os acontecimentos, "bancar" uma pessoa desamparada, a desprotegida, a humilhada, a ofendida e injustiçada. Quando você se sente humilhado e ofendido, é melhor perguntar "onde", "como" e "quando" você desejou ser mais do que você é, "quem" você queria controlar/manipular e não conseguiu.
Quando uma pessoa age como "herói", em sua visão de alta onipotência, evita ver e aceitar os limites do mundo. Para ela não existem limitações de tempo, espaço, corpo, normas, saúde, condições e leis (muitos dos que se envolvem em corrupção e roubalheira, mentalmente colocam-se "acima das leis", achando-se impunes, "intocáveis"). Quando a pessoa assume a posição de "herói" ela acredita que é super: super-homem/mulher, super-profissional, super-capaz, super-pai ou super-mãe, super-inteligente, super-político, colocando-se "acima de tudo e de todos". Achando-se superior, ela vive um "delírio da onipotência" e irá viver em constante tensão. O pior de tudo é que depois de uma tensão a pessoa cai em depressão, pois o malogro e frustração são causados por ela ter procurado ser e realizar mais do que era capaz de fazer.
O "herói" é aquele pessoa que perdeu a simplicidade e a alegria de viver com os outros. Ele perde a sua individualidade porque vive os "papéis" que criou em sua mente, as suas "posições" de superior: ele já não é ele, mas apenas o chefe, o patrão, o pai/mãe, o ocupante de um cargo, o rico, o inteligente, o famoso, o grande político, o amado por todo mundo. E assim, a pessoa que vive o papel de herói, vai deixando seus verdadeiros sentimentos de lado, sua simplicidade de vida, sua humildade, sua origem simples e alegre de ser "parte" de um Universo. Na posição de "herói", a pessoa perde todas as belezas de viver naturalmente e passa a viver mecanicamente, vivendo uma peça sofredora... Ela transforma sua vida numa grande competição com os outros, numa luta extenuante contra o tempo e contra todos, virando "um cavalo de corrida", vivendo sempre com pressa e preocupação (e torna-se assim, um sério candidato a morrer de ataque cardíaco, bem cedo na vida...). A pessoa vivendo como "herói" perde a beleza de viver cada momento, no seu aqui e agora, pois vive sempre no futuro, no amanhã. Ela não usufrui das coisas agradáveis que estão em sua vida, pois vive sempre preocupada com o amanhã, com algo que ainda não existe. Como herói ela está sempre "se preparando para viver" e não vive seu momento presente.
Quando você aprende a lição do mar, e vive com humildade, deixando de viver a obsessão de ser o 1º em tudo, deixando de ter a postura arrogante de se sentir superior em tudo, o todo poderoso, você deixa fluir a vida, vivendo cada momento presente, sem angústias, sem preocupação, sem pressa, vivendo naturalmente, com alegria, com entusiasmo, com felicidade. Viva como o sábio que desistiu de ser o centro do Universo (o 1º) e resolveu apenas viver COM o Universo, COM as pessoas, decretando-se "em 2º lugar", vivendo, crescendo, aprendendo...
Que você tenha sucesso nessa nova caminhada em busca de sua realização e felicidade...
Obs. Uma análise psicológica mais detalhada desse tipo de comportamento e as alternativas para mudar para comportamentos mais equilibrados, você poderá encontrar no livro "Criança Feliz, Adulto Feliz", de Antonio de Andrade, livro encontrado somente pelo site www.editora-opcao.com.br