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  TEMA: A GRANDE IMPORTÂNCIA DOS ESTÍMULOS FÍSICOS

A seguir há dois artigos que mostram a grande importância dos estímulos físicos para a saúde das pessoas, seja emocional, sexual e profissional. Essas informações são importantes também para casais, pois muitas vezes as dificuldades que existem de realização entre um casal pode estar na carência de estímulos físicos um com o outro (abraçar, beijar, acariciar, sentir o calor do corpo um do outro, etc), fato constatado em muitos casais, durante sessões de Terapia de Casal, na época em que atuava como Psicólogo clínico.

 

         QUEM SABE O VALOR DE UM TAPINHA NAS COSTAS?

(Giselle Richardson – Revista VIP)

Desprezamos o valor dos contatos físicos, para uma vida sadia. Tocar e ser tocado é uma necessidade atávica que, se não for atendida, nos leva ao stress e à depressão crônica. 

Sabe qual é a diferença entre a sua necessidade de sexo e sua necessidade de tocar e ser tocado? Se a resposta é não, você está entre a maioria. Muito pouco tem sido dito sobre o assunto e muitas pessoas nem imaginam o quanto isso afeta suas relações, decisões e qualidade de vida.

Instintivamente, todos nós sabemos sobre nossas necessidades, sobre o conforto e segurança que o contato físico proporciona. Poucos, no entanto, têm uma compreensão intelectual dessa necessidade. O entendimento disso pode melhorar a qualidade do relacionamento com os companheiros, reduzir a necessidade de Jogos Psicológicos, facilitar a descoberta de nós mesmos e ampliar a habilidade para obter o que queremos sem explorar os outros. 

Depressão crônica – A necessidade de contato com outros corpos humanos é primária, herdada fisiologicamente e esse instinto governa boa parte de nossos comportamento, mesmo que a gente não perceba. Geralmente se considera que o calor humano não passa de expressão simbólica, que significa gentileza ou consideração. Calor humano, porém, tem um significado muito real. É uma necessidade biológica básica: questão de vida ou morte para as crianças (bebês não suficientemente tocados não se desenvolvem normalmente, em casos extremos podem até morrer).  

Para os adultos, o contato físico é tão importante quanto o sexo. Não é uma questão vital, mas a falta de toques pode fazer-nos viver num estado de depressão meio crônica (com menos energia, menos alegria e menos entusiasmo).

O apelo sexual – com a conseqüente satisfação física, biológica e emocional – é igualmente importante para uma vida equilibrada. O sexo, no entanto, ganha importância exagerada quando se espera que atenda às duas necessidades. Mas, quando se compreende a diferença entre as duas, a própria união sexual pode ser enriquecida.  

Massagem x stress – Pesquisas médicas registram a melhora de todos os sinais vitais (batimentos cardíacos, pressão sanguínea, etc) quando a mão do paciente é segura ou acariciada, mesmo por um estranho (médico ou enfermeira); e mesmo quando o paciente está inconsciente. Os executivos com a clássica síndrome de personalidade tipo A (líder, com grandes riscos cardíacos, tipo entusiasta, na constante luta contra o relógio, tendendo à impaciência, irritação, ansiedade e hostilidade; altamente competitivo) sentem-se agradavelmente calmos quando aumenta a quantidade de contatos físicos. Por exemplo, após uma massagem. Ela pode mesmo modificar a pressão sanguínea, se feita de forma sistemática. O contato físico é um dos antídotos mais poderosos contra o stress. 

Contatos proibidos –Deliberadamente ou não, reagimos às nossas necessidades em formas que variam da benigna (muita gente passa mais tempo estimulando a pelo no chuveiro do que seria preciso para se lavar) à destrutiva (casos amorosos impulsivos, rapidíssimos ou intermináveis). Um desejo sexual obsessivo ou compulsivo geralmente é sintoma de falta de contatos físicos; as pessoas que conseguem atender essas necessidades tendem a colocar a atividade sexual em melhor perspectiva.

Nossa sociedade criou uma série de tabus, o que praticamente nos proíbe de obter nossa cota e, conseqüentemente, aumenta a taxa de manipulação dos contatos disponíveis. O contato sexual é praticamente a única maneira socialmente aceita para os adultos serem tocados. Desde que o poder de manipulação está na relação direta da necessidade, o sexo raramente é disponível sem um “negócio”. Casais fiéis, onde cada parceiro detém o monopólio da quantidade de contato físico que o outro recebe, ou casais onde um tem “permissão” para atividades extraconjugais e o outro não, são particularmente vulneráveis aos jogos de poder, a não ser que estejam dispostos a reconhecer suas necessidades e concordem em atendê-las.

Com muitos casais, a falta de comunicação resultará em falta de contatos físicos e sexuais. Sentirá mais, claro, aquele que valoriza a fidelidade. Para este e para os outros, há algumas receitas ao final do texto

Toque brasileiro – Os tabus geralmente nos limitam aos contatos rituais (um aperto de mão, tapinhas nas costas, o abraço superficial). Em parte devido à nossa dificuldade em imaginar contato físico sem implicação sexual.

O Brasil é um dos raros países do mundo ocidental onde existe uma larga faixa de toques socialmente aceitáveis. Particularmente, e felizmente, no que se refere às crianças. Mas certos aspectos comuns na América se encaixam aqui também. Alguma das afirmações seguintes lhe parece familiar? Um homem não toca outro homem, e eles param de tocar os filhos tão logo cheguem à puberdade, por medo de implicações homossexuais. Os pais param de tocar as filhas tão logo cheguem à puberdade, porque morrem de medo dos reflexos sexuais dessa experiência (não sabem que é um fenômeno absolutamente normal). Um homem não toca uma mulher que não seja sua própria esposa, a não ser que pretenda levá-la para a cama. Os adultos não tocam seus pais idosos, embora esta seja provavelmente a única fonte de contato que lhe sobra. O mito de que as mulheres se tocam mais pode ser destruído em 3 minutos de observação empírica – num coquetel: os braços abertos, no ar, um passo adiante, dois beijinhos na face e um passo para trás.

Por tudo isso, muitos de nós crescemos confusos. Alguns clientes que tivemos não conseguiam sequer distinguir entre solidão e desejo sexual.

O preço do toque – O sexo é geralmente usado como maneira de pagar pela satisfação de ser tocado. Ninguém pode ter uma relação sexual sem se deixar tocar. Mas todos podem se tocar sem ter uma relação sexual; o problema é que a maioria de nós não sabe fazer isso. Muitos casais só conseguem quando um dos dois está doente.

O toque é muitas vezes mais íntimo do que uma relação sexual. É mais difícil se despersonalizar nesse caso (exceto em situações profissionais, como o da enfermeira ou massagista, e mesmo assim a intenção é de ajuda e não de troca). Muitos concordarão que é mais fácil encontrar alguém para manter uma relação sexual do que confiar em alguém para abraçar e tocar sem objetivos sexuais.

Os homens acham mais difícil pedir conforto físico do que convidar alguém para a cama. E em ocasiões de crise, quando tudo o que querem é carinho, acabam pagando com uma relação sexual e correm o rico adicional de quebrar a cara. Se reconhecessem a natureza de suas necessidades, eles simplesmente pediriam um carinho.

O que fazer? Antes de tudo, procure entender seu corpo, suas respostas, e gradualmente compreenda a diferença de sensações entre uma necessidade e outra. irritação e desconforto geralmente atribuídos à falta de  sexo, podem ser examinados de forma diferente. Tente um contato não sexual (uma massagem pode ser o jeito mais simples de começar) e veja como se sente. Aprenda a distinguir entre solidão, insegurança, necessidade de conforto e apetite sexual.

Se você vive uma relação monogâmica, há algumas maneiras de compensar uma ausência eventual: um belo chuveiro, ou banho de imersão, banho de sol, sauna, exercícios físicos. E uma nutritiva massagem. Alguns psicoterapeutas fornecem massagens específicas para necessidades emocionais.

Cuide-se nas crises. Quando houver qualquer quebra numa relação amorosa, o período de transição pode ser muito facilitado pela mesma medicina preventiva. A quantidade de toque que a gente recebe fornece a medida da qualidade de nosso sistema social de sustentação. Uma falta muito grande de toque pode indicar uma necessidade de desenvolver amizade dentro e fora da família.

Tire o pijama – É ilusão romântica dizer que apenas as pessoas que se atraem sexualmente podem ter um contato físico gratificante. É possível trocar toques com um amigo ou mesmo um estranho, ou alguém com quem a gente se encontre casualmente. Será mais fácil para pessoas tranqüilas com sua própria sexualidade (não têm que provar nada a ninguém) e que acreditam na sua habilidade de entender os outros. Isto – claro – é mais difícil numa sociedade chauvinista.

Para os casais, uma gama muito mais profunda de contatos íntimos pode surgir do esclarecimento de cada parceiro sobre suas próprias necessidades  e da exploração de novas maneiras de tocar carinhos não sexuais. Cada um deve identificar áreas especialmente gostosas: costas, pés, cabeça, a parte interna dos braços (freqüentemente relacionada com padrões de carícias recebidas na infância).

E que tal dormir sem pijamas ou camisola? Você pode aprender – se ainda não sabe – a dormir em íntimo contato, sem expectativas sexuais. Durante o dia, aumentar o contato físico também é possível: um cutucão, um tapinha nas costas, sentar-se um ao lado do outro, tocar-se com os pés.

Os casais podem ainda experimentar ir para a cama e abraçar-se quando tiverem que discutir alguma coisa. Concordem – quando se sentirem bem, abraçados – que, durante uma discussão emocional, nenhum dos dois se recusará a “levar o assunto para a cama”. É muito difícil brigar quando o contato físico confirma a cada um que o relacionamento tem prioridade muito maior que o assunto em discussão.

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ACARICIE, ABRACE, ENCOSTE. ESTES GESTOS PODEM ATÉ CURAR

 (Artigo publicado na revista Claudia, texto de Sherry Suib Cohen)

 Obs. No artigo encontrado, não há número da revista nem ano de publicação, apenas páginas 55 e 56).

Certo pudor, certo respeito ás avessas. Uma boa dose de preconceito. E as pessoas ficando cada vez mais distantes uma das outras. Assim fomos educados. Assim crescemos. A proximidade física é privilégio dos apaixonados. É hora de rever estes limites.

Suas mãos... Imagine quantas tarefas realizam durante o dia, desde abrir uma porta, acenar para alguém que passa, sentir se as frutas do mercado estão no ponto. Seus braços, suas pernas, seu corpo todo fala quando você abraça um amigo, acaricia as crianças. Mas esta linguagem é grandemente cerceada e não chega a cumprir toda a missão que lhe está reservada.

Hoje, porém, os limites começam a ser derrubados. Somente agora os cientistas estão compreendendo o extraordinário poder de comunicação que o contato físico entre as pessoas pode ter. Tocar simplesmente um ponto dolorido no corpo de alguém alivia a dor. A segurança afetiva e emocional de uma criança está diretamente ligada ao volume de carinho que ela recebe desde o nascimento. Até a medicina está investigando este novo poder e utilizando a técnica de tocar como uma forma de cura.

Quando uma mulher entra em trabalho de parto, o simples toque das mãos do médico sobre sua pele pode aliviar as dores e tornar as contrações mais suportáveis. Quando um doente em coma profundo é tocado, acontecem significativas reações cardiovasculares em seu organismo.

Nestas e nas mais variadas situações o contato físico tem um inegável poder de acalmar, refrear angústias, tranqüilizado até o batimento cardíaco. Da mesma forma, uma criança cercada de carinho, colo, abraços, se desenvolverá melhor, tanto no aspecto físico como psicológico. Poderá, por exemplo, ter um processo de aprendizagem mais rápido. Por outro lado, bebês que permanecem na incubadeira por períodos prolongados exigem uma dose extra de carícias, afagos, contato com os pais. Caso contrário, correm o risco de não se desenvolverem num ritmo normal, prejudicados pelo tempo em que estiveram isolados do calor humano.  

Sua pele está sempre alerta: qualquer toque desperta uma sensação.

Hoje os cientistas reconhecem essa necessidade de “ser tocado” como um verdadeiro desejo biológico próprio do ser humano e cuja realização pode trazer conforto físico e emocional. A importância do toque é reconhecida também pela medicina, que adotou está técnica como instrumento fundamental a qualquer forma de cura.

Mas o que acontece quando alguém é tocado? O corpo humano é revestido por cerca de 5 metros quadrados de pele, guarnecida por quase 5 milhões de terminais nervosos, que transmitem as sensações, pelos nervos, para os comandos cerebrais. As mãos são especialmente sensíveis. Só nas pontas dos dedos existem setecentos receptores de sensações (ou toques) por cada 2 milímetros de pele. Quando uma pessoa é tocada, os terminais nervosos de sua pele são ativados e mandam mensagens sensoriais para a espinha, que os carrega para o cérebro. Cada tipo de sensação é conduzida por um terminal específico, ligado a uma determinada área cerebral.

O toque é certamente a primeira sensação que registramos. Mesmo ante de nascer, o feto está sendo tocado pelo corpo da mãe, sentindo a cada momento seus batimentos cardíacos. Além disso as mulheres grávidas instintivamente adquirem o hábito de acariciar a barriga – o toque acalma a mãe e o bebê. O nascimento também funciona como uma forma de carinho. É um abraço. As contrações uterinas sobre o corpo da criança estimulam os terminais nervosos, massageando a pele e vitalizando todo o organismo. Por isso mesmo, bebês nascidos por cesariana, privados destes estímulos naturais, precisam ser mais acariciados, abraçados, tocados, como uma compensação pela ausência das contrações.

Neste sentido, vale citar o exemplo dos animais mamíferos, que lambem as crias imediatamente depois do nascimento, para estimular a circulação e ativar os mecanismos respiratórios. Se não forem tocados assim, os bichinhos podem até morrer. Para o antropólogo Ashley Montagu, autor do livro “Tocar: a Importância da Pele Humana”, a antiga idéia de que os animais apenas limpavam os filhotes depois do nascimento não corresponde a verdade. O gesto tem um significado muito mais amplo, de proteção, além do efeito de estimulante físico mencionado.

Encoste sua mão na mão do bebê: só este gesto já lhe dá mais segurança.

Os efeitos do toque estão sendo estudados por psiquiatras, psicólogos, médicos, bioquímicos do mundo todo. Algumas experiências revelam dados interessantes. Segundo o Dr. Heidellise, professor da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, acariciar a palma da mão de um bebê irrequieta e instável faz com que ele relaxe a tensão dos ombros e pescoço e regularize o ritmo respiratório, encontrando uma posição de maior segurança e calma.

Já o Dr. Rene Spitz, professor de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade do Denver, Colorado, observou em seus estudos que bebês abandonados são sempre mais apáticos e retraídos. A causa de tais problemas, segundo as pesquisas, está relacionada com a falta de aconchego físico, contato e toque, cuja influência é decisiva no equilíbrio afetivo da criança. A partir destas conclusões o pediatra John Holt, do Centro Médico Presbiteriano de Nova Iorque, introduziu no serviço pediátrico que coordena uma nova norma: os bebês sob seus cuidados são embalados pelas mães e enfermeiras cinco vezes por dia, procedimento que teve resultados surpreendentes.

 Mas os benefícios do toque não ficam por aí: estudos da Universidade de Case Western Reserve comprovam a influência do fato no desenvolvimento intelectual da criança. A qualidade e a quantidade de carinho recebido podem acelerar os mecanismos da fala, facilitar a aprendizagem da leitura e garantir níveis de QI mais elevados.

 O organismo tem suas defesas: precisa apenas ser bem estimulado.

 Talvez a pessoa mais entusiasmada com estas descobertas seja a Dra Dolores Krieger, professora da Escola de Enfermagem da Universidade de Nova Iorque. Ela acreditou e se aprofundou nestes estudos, criando a Teoria do Toque, um método de cura que envolve o uso das mãos.

Conforme a Dra Krieger, quando ela toca alguém para curar, a energia de seu corpo é transmitida para o paciente, aumentando os níveis de energia no organismo doente e propiciando um estado de completo relaxamento. O toque como terapia tem sido muito usado para combater a dor, especialmente em casos de ferimentos traumáticos e até de fraturas. Não se trata de substituir medicamentos ou eventuais cirurgias pelo toque. E o tratamento é associado a outras prescrições médicas de rotina.

Para alguns pesquisadores, o toque funciona como um estímulo específico. Ele aciona o sistema nervoso central para liberar uma substância química, a endorfina, que funciona como um analgésico natural no combate á dor. Outros estudiosos acreditam que o toque transmite uma descarga elétrica que vitaliza todo o organismo tocado.

Todos esses fatos revelam a grande importância do toque, dos estímulos físicos para os seres humanos.