MENSAGENS EDUCATIVAS POSITIVAS
TEMA: GLOBALIZAÇÃO E
O BERÇO VERDE E AMARELO DA PÁTRIA
Muita
gente anda preocupada com a influência da globalização do mundo atual,
levando a uma perda da identidade com aquelas coisas que têm algum significado
para cada um de nós, em especial com o país onde se vive. As pessoas estão
perdendo o amor pelo Brasil? Coloquei
neste artigo algumas ideias para despertar o amor pelo nosso país( e em
paralelo, pelo país onde você vive). Que elas possam contribuir para sua reflexão,
tirar suas próprias conclusões e em especial, que o levem a agir,
realizando ações
para que haja alguma mudanças, para melhor, na sociedade onde todos vivemos. Um
grande abraço fraterno,no ideal de um mundo humano melhor, do
brasileiro, paulista de Lorena, SP Antonio
de Andrade contato
pelo e-mail opcao@editora-opcao.com.br É
autorizado o uso do texto e capa do livro, por quaisquer meios, com a
indicação do site.
|
GLOBALIZAÇÃO E O BERÇO VERDE E AMARELO DA PÁTRIA Antonio de Andrade *
Em uma escola paulista,
numa classe de primeiro ano, foi constatado que dos vinte e cinco alunos, nove
deles apresentavam nomes estrangeiros, tais como Robert, Keteni, Tarik,
Hellen, Deivid, Whaytney, Yago, Alifi, Patrick.
É muito provável que esse
fato seja uma influência da chamada "globalização", que está
levando as pessoas a perderem contato com suas próprias raízes e
valores da cidade onde nasceram e do país onde vivem. Perdendo a identificação,
as pessoas estão sentindo-se "cidadãs do mundo", do planeta Terra,
e por isso, dentre outras reações, estão utilizando nomes estrangeiros em
seus filhos. Esta conscientização, cada um sentindo-se parte de uma única
espécie humana, os "terráqueos", foi chamada por Cícero de "Conscientia
hominum", aquele sentimento de fraternidade entre todos os seres humanos
do planeta. Não se nega que este sentimento é importante para buscar a paz
entre todos os povos que vivem no planeta, independente de qual região
ou país cada pessoa tenha nascido.
Apesar da globalização
estar levando cada um a sentir-se "cidadão do mundo", cada pessoa
tem identificação com algum lugar do planeta, com alguma cidade onde nasceu,
Estado e País. O "chão do mundo individual" é o seu país, é a
sua Pátria e ela tem um corpo, um território, e uma alma, o seu povo, a sua
língua, os seus costumes, a sua cultura, a sua bandeira nacional, etc. Já dizia Rui Barbosa:
"A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem
uma forma de governo. A Pátria não é ninguém, são todos" (é cada um, você
eu e os outros) "é o céu, o solo, o povo, as tradições
culturais, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos
antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são
os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não
desalentam, os que não emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas
se esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração,
o entusiasmo."
A identificação com o
seu "chão natal", a sua Pátria, faz surgir na pessoa o sentimento
de amor ao seu país. O exemplo mais marcante desse amor foi mostrado por
Tiradentes (José da Silva Xavier) ao proferir a sua frase histórica,
quando dele quiseram saber se não se entristecia de perder a vida, enforcado
naquele dia 21 de abril de 1792, pela pátria nascente. Ele disse: "Dez
vidas eu tivesse, dez vidas eu daria!"
Essa identificação
e amor pelo país onde cada um nasceu, o patriotismo, não significa que seja
um sentimento piegas ou um vão idealismo, mas sim um sentimento autêntico e
positivo de cada pessoa, independente se gosta ou não do governo que estiver
no poder, naquele momento. E esse sentimento positivo de cada cidadão é que
permitirá a continuidade da nação, garantida pela sucessão de gerações
com sentimentos positivos ao seu país e pela transmissão de um patrimônio
comum de valores culturais, de ideias, linguagem, aspirações, símbolos, etc,
herdados dos antepassados e que acrescidos pelas novas gerações, são
transmitidos aos filhos e aos filhos destes. Daí, a importância de cada
pessoa ter identificação com os fatores que identificam o "seu chão no
mundo", a sua Pátria, as suas raízes.
Ao se perceber a influência
da globalização e a gradativa perda da identificação das pessoas com
suas raízes, chega-se a uma indagação: o que o futuro
reservará ao Brasil, este berço verde-amarelo que cada brasileiro tem?
Será que nesse futuro incerto os chamados "brasileiros" ainda terão
algum sentimento de identificação pela terra onde nasceram e vivem suas
vidas? Ou o mundo terá mudado tanto que não haverá mais fronteiras e todos
estarão tão influenciados pela globalização que não mais sentirão
que fazem parte de um país chamado Brasil? Este sentimento ao seu país
parece que está sendo diluído cada vez mais nos que aqui habitam, já que até
nas escolas está se perdendo o hábito de cultuar os símbolos nacionais,
como a bandeira verde-amarela e o Hino Nacional. A própria língua portuguesa
está sendo invadida, mais pela influência do inglês, chegando-se à situação
de "ser chique" colocar nome estrangeiro em filho (este é um costume
existente nas famílias que têm ascendência estrangeira), nome em inglês
nas lojas e nos produtos, conversar com outros citando termos em inglês, tais
como general meeting, software, home page, download, feedback e outros
tantos termos. Já se chegou à situação absurda de certas empresas
nacionais exigirem que seus chefes façam os relatórios em inglês e não em
português!!! Com essa apresentação de fatos que indicam a perda da
identidade com o seu país, não se pretende incentivar o leitor a ter
sentimento de "Xenofobia", com aversão a tudo o que for
estrangeiro, mas sim despertá-lo para essa realidade.
Com essa
perda de identidade ao seu país, será que daqui a alguns anos
ou gerações, haverá ainda um país chamado Brasil? Ou terão ocorrido aqui
lutas pela autodeterminação e a libertação política e econômica, com
povos que tenham vínculos em comum como certas características regionais
diferentes? Aqui no Brasil percebe-se esta diferença na região com os três
Estados do sul, região bem diferente do resto do Brasil, em vários aspectos, a
tal ponto que nas estradas do sul é encontrada, em carros, a
frase: "O sul é o meu país".
Está se tornando generalizado o
sentimento de desilusão das pessoas com seus governantes, nas várias esferas e com os
sistemas político, social, tributário e econômico existentes. O que ocorrerá
no futuro, se este sentimento predominar em boa parte da população e
nada for feito para mudar? Será
que ocorrerá aqui o que aconteceu no leste europeu, na década
passada, com a dissolução da Tchecoslováquia, onde se separaram e
formaram outros países, regiões com características regionais
diferentes, com diferentes formação étnica, histórica, linguística,
religiosa e econômica? Só o futuro dirá!
Enquanto o futuro não chega,
na atualidade constata-se que aquele sentimento de pertencer a um país está
se perdendo nas pessoas que vivem no Brasil, mas costuma vir à tona da
consciência individual e coletiva quando é época de Copa do Mundo, ou
quando um brasileiro vai morar no exterior, e depois de algum tempo ele
começa a sentir "saudade de sua terra natal". Saudade de algumas
coisas que lembram seu berço verde-amarelo, como por exemplo, o cheiro do
feijão sendo temperado, o cheiro das comidas, e vários outros aspectos. E
é nesse momento de saudade (e nos de Copa do Mundo) que a pessoa tem a
consciência de que pertence a um país. Que bom, pelo menos nesses momentos
ela lembra que tem um berço verde e amarelo...
Que tal você, eu, cada um de
nós, fazer alguma coisa para mudar o "berço verde e
amarelo" para melhor? Fazer alguma coisa mesmo que internamente
cada um esteja com um sentimento cívico de vazio, de indignação e repugnância
em relação à muita coisa que tem ocorrido em nosso país, como os escândalos,
as corrupções e outras mazelas e crimes feitos por maus brasileiros! Não
deixe essas coisas negativas que toma conhecimento pela TV ou ao ler jornais e
revistas, influenciar você! Tente valorizar o que há de positivo, aquelas
coisas que trazem satisfação de se viver na sua cidade e de pertencer a
um país. Afinal, sua cidade, sua região e seu país têm coisas
positivas com as quais possa se orgulhar! Em você e em cada um existe a
esperança de se ter uma vida com melhor qualidade, almeja-se que a
cidade onde se vive seja melhor, que se possa voltar a confiar nas pessoas e
que elas não sejam indisciplinadas, desonestas, corruptas ou violentas, que
essas pessoas possam vir a ser mais civilizadas, com princípios éticos e
morais, e que no conjunto, a sociedade brasileira, a parte viva da nação, possa
vir a ser melhor!
Mas não se pode viver somente de sonhos, é preciso fazer alguma
coisa para que eles se tornem realidade! Por isso é importante cada pessoa
começar a exercer a sua cidadania, participando de modo atuante da cidade e
do país onde vive. Um bom momento é aquele onde exerce o seu direito de cidadão,
decidindo votar de modo mais consciente e responsável, escolhendo bem os candidatos
aos vários cargos, não se deixando enganar por aqueles que já mostraram que
são maus políticos e maus brasileiros. Fazendo uma escolha criteriosa, você
estará escolhendo os candidatos que realmente irão lutar para o bem
coletivo, do Estado e da nação, representando bem o povo e executando ou
legislando para o bem coletivo, diminuindo as gritantes desigualdades
existentes.
Os sonhos poderão se tornar
realidade se cada um começar a agir, cada um fazendo bem a sua parte,
dentro do seu âmbito de ação, seja no bairro onde vive, na escola, na
igreja, nas associações de bairro, nos grupos de voluntários,
participando consciente e ativamente das atividades culturais, solidárias,
comunitárias e políticas.
Vamos lá!
Não fique só reclamando da realidade, sacuda a poeira da acomodação e comece a
ser um "agente de mudanças", para melhorar o seu meio. Faça a sua parte!
Assim, ocorrendo melhoria nas pessoas e no conjunto da sociedade, poderá haver
condições de cada um ser um cidadão mais consciente e voltar a sentir orgulho
de ser chamado "brasileiro", mesmo que tenha recebido dos seus pais, um nome
estrangeiro...
E para encerrar, o poema de Olavo Bilac (Olavo
Brás Martins dos Guimarães Bilac, 1865-1918),
intitulado A PÁTRIA, que reflete bem algumas das ideias aqui apresentadas:
"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! Jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com seu amor a fecunda e umedece
Vê pago o seu esforço, e é feliz e enriquece!
Criança! Não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
* Os artigos, livros, cursos e palestras de Antonio de Andrade estão no site www.editora-opcao.com.br Relacionado ao tema deste artigo, leia no site, em especial os artigos "Sua cidade, que cidade é essa?", "Políticos Proativos?", "1932 e o Brasil de hoje", "Levante o astral. Crie o entusiasmo!" , "As Fontes de satisfação". Os livros do autor são encontrados somente por esse site. |