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  TEMA: OS DIFERENTES MODOS DE COMEMORAR O NATAL PELO MUNDO  

A celebração do Natal tem origem na antiga festa pagã do Sol. Sua regulamentação pela Igreja deu-se, inicialmente, no ano de 138 pelo Papa São Telésforo. Até aquela época o nascimento de Cristo era comemorado ora em janeiro, ora em abril. A fixação em 25 de dezembro como o dia de Natal deve-se ao Papa Julio I, em 378. Cem anos depois, os sacerdotes foram autorizados a celebrar três missas nesse dia, a primeira à meia-noite, a chamada Missa do Galo.

O Natal é universal, é comemorada na maior parte dos países, mas a forma de festejar o nascimento de Jesus não. E cada imigrante que chegou a nosso país trouxe um pouco desses costumes.

É sempre bom saber das tradições de cada país, que continuam a ser respeitadas no campo, pois nas grandes cidades a padronização do consumo transformou o Natal numa festa semelhante em todos os países. Vamos ver as tradições de alguns países.

ALEMANHA: No passado o povo alemão tinha nos chamados Krampl, que passavam com seus guizos pelas ruas a afugentar os espíritos maus, a principal manifestação popular. Mas o tempo mudou e ninguém mais pensa em bruxas e fantasmas no período natalino. Surgiram algumas das mais belas tradições do Natal ocidental naquele país, por exemplo, a árvore de Natal ( a primeira árvore foi iluminada por Lutero, o criador da Igreja Protestante alemã, em 1525), e lá nasceu a mais famosa de todas as canções feitas até hoje para o Natal - "Noite Feliz". Uma das maiores tradições alemãs para essa época são os mercados de Natal, ao ar livre, entre os dias 24 de novembro e 24 de dezembro. Em casa, as famílias preparam as Coroas de Advento, com galhos de pinheiros e velas vermelhas ou brancas. Cada casa costuma ter uma árvore iluminada por velas, a figura do Papai Noel e canções tradicionais. No dia 6 de dezembro é comemorado o dia de São Nicolau, sendo dado às crianças pequenos presentes colocados no pé esquerdo de seus sapatos deixados do lado de fora do quarto no dia 5.

BRASIL: Hoje, nos centros urbanos, as comemorações natalinas se restringem à troca de presentes entre familiares, amigos e colegas de trabalho, e muitas vezes através do jogo do "amigo invisível ou oculto". Árvores de Natal são armadas em praças públicas e a figura do Papai Noel aparece nos centros de compras e  muitas pessoas enfeitam suas casas com luzes e enfeites natalinos, deixando muitas cidades iluminadas com as luzes do Natal. As pessoas religiosas costumam ir à Missa do Galo na noite de Natal, participando depois, ou antes, da ceia com os familiares. As crianças aguardam após a ceia, a abertura dos presentes e a troca de presentes entre adultos da família. No Ano Novo há a tradicional queima de fogos e foguetório na maioria das cidades.

CORÉIA: Para os coreanos as festividades do Natal tem um significado mais religioso. O sentido religioso é o mesmo para os cristãos, só que os orientais comemoram o nascimento de Buda. Na Coréia a religião predominante é o Budismo, seguido do Confucionismo, que é mais uma filosofia do que uma religião. Outra religião mais recente o Chon-Do-Kyo - Caminho para o Céu - uma espécie de fusão do Budismo, do Confucionismo e de uma primitiva religião do povo coreano. Os orientais adotam o calen´dario lunar, o que significa que não há um dia fixo para se comemorar o nascimento de Buda. De acordo com a lua, um mês pode ter 28 ou 29 dias. Por isso, a data que equivale ao Natal, isto é, ao nascimento de Buda, dificilmente cai no mesmo dia todo ano. Na festa são usadas lanternas orientais levadas por pessoas vestidas em trajes típicos que, em procissão, vão cantando enquanto se dirigem aos templos budistas, muitos dos quais milenares como o Hae-In-Sa com 1.400 anos. Nessa festa tudo é feito para lembrar o nascimento de Buda há 2.500 anos atrás. Mesmo sendo uma data  religiosa importante, o Natal é suplantado pelo Ano Novo. O Natal não é feriado e o Ano Novo é. Todos fazem votos, uns para os outros, para que entrem com o pé esquerdo no ano que se inicia, exatamente o oposto do costume ocidental, onde é preferido pé direito.

ESTADOS UNIDOS: Muito antes do dia 25 de dezembro, começam os preparativos: os lampiões das ruas são enfeitados com guirlandas de hera, luzes coloridas e faixas pintadas com votos de Feliz Natal. As casas são decoradas com coroas verdes nas portas e pinheiros ricamente enfeitados e iluminados, colocados nos pátios ou salas de estar. A mais característica solenidade norte-americana acontece em torno de uma gigantesca árvore de Natal, erguida em parque público ao sul da Casa Branca, em Washington, ornamentadas com milhares de bolas e lâmpadas coloridas. Numa noite, bem antes do Natal, o Presidente dos Estados Unidos aperta um botão que ilumina a árvore, assinalando assim o início dos festejos que duram até o Ano Novo. A tradicional ceia de Natal, com todos reunidos, é o mais importante de uma festa familiar, onde é servido peru assado. E é comum o hábito de se abrir as portas para os amigos e mesmo a pessoas estranhas que, de outra forma, passariam o Natal sozinhas. De São Nicolau surgiu a figura do simpático Papai Noel, que viaja em seu trenó puxado por renas. As crianças colocam suas meias ao pé da cama, ou à beira da lareira, esperando que Papai Noel as encha com pequenos brindes, pois os presentes maiores são empilhados debaixo da árvore de Natal.

FINLÂNDIA: Na Finlândia o Natal é basicamente uma festa íntima da família, casal e filhos, mas algumas vezes são convidados outros familiares. Os doces são dias antes, com por exemplo as bolachinhas de mel em formato de lua e  de estrela. Na ceia é servido pernil que ficou 15 dias na geladeira com uma solução de salitre que lhe dá uma coloração avermelhada. O mesmo acontece com o bacalhau que fica mais grosso. A salada de beterraba é preparada com um líquido especial que a deixa mais adocicada. É servido também arenque, que é um peixe preparado com cebola, pimenta-do-reino e loro. A árvore de Natal, o pinheiro, é enfeitado no dia para se tê-lo o mais verde possível dentro de casa. O pai geralmente se fantasia de Papai Noel para entregar os presentes, mantendo nas crianças a fantasia do bom velhinho. No dia 24 a ceia do Natal é feita entre 17 e 19 horas e depois são abertos os presentes. Antes da ceia, algumas famílias com todos os seus membros, vão à sauna para relaxar.

FRANÇA: A história francesa tem muito a ver com o Natal. Reims, palco dos triunfos de Clévis, general romano, foi o local da primeira comemoração natalina, em 496: nessa data, no dia 25 de dezembro, ele e seus três mil guerreiros foram batizados. Séculos depois, no ano de 800, o imperador Carlos Magno oi coroado pelo Papa Leão III nesse mesmo dia. Até o fim da Idade Média, em muitas províncias francesas, o Natal marcava oficialmente o início de um novo ano. Hoje, os costumes franceses não são muito diferentes dos do resto da Europa. As árvores enfeitadas se espalham pelas casas ao lado do presépio - Le Creche. As crianças penduram as meias na lareira, esperando o Bonhomme Noel, e as encontram cheias de presentes quando voltam da Missa do Galo com seus pais. Os pratos da ceia - o reveillon - variam de região para região. Na Alsácia, o ganso é o prato de honra; os bretões servem panquecas de trigo sarraceno e creme azedo; na Borgonha, peru e castanhas; e os parisienses mais sofisticados preferem ostras e foie gras (patê de fígado). Uma bela lenda ainda persiste no interior das províncias: à meia-noite do dia 24 de dezembro, os animais se ajoelham e falam uns com os outros. Ninguém deve olhar, pois se o fizer, acabará castigado.

HOLANDA: Neste país a grande festa não é no dia 24 ou 25, mas em 5 de dezembro, data em que São Nicolau chegou da Espanha levando brinquedos e guloseimas para as crianças. A troca de presentes e a ceia são feitas nesse dia e preparada com antecedência. Desde novembro as vitrinas das lojas são decoradas.

INGLATERRA: Apenas no dia 24 de dezembro se prepara a árvore, para o Christmas Day, isto é, o Dia de Natal. À meia-noite as famílias vão à igreja e depois dormem esperando o grande almoço do Dia de Natal, e as crianças pelos presentes, que aparecerão dentro dos sapatos e ao lado das lareiras e que "Santa Klaus" - o São Nicolau que deu origem à lenda do Papai Noel - não esquecerá de trazer. Em Dewsbury, no condado de Yorkshire, os sinos ainda tocam no dia 24 para anunciar que o diabo morreu no dia em que Cristo nasceu. Nas pequenas cidades sobrevivem as encenações mímicas especiais para o Natal, contando histórias de heróis religiosos como São Jorge. O almoço natalino pode variar de região para região, mas em todas as mesas do país não faltarão os famosos Christmas Puddings, às vezes preparados com meses de antecedência. Na Inglaterra o Natal é, também, como na maioria dos países, uma festa comercial. Já no finzinho de outubro começam as divulgações pela TV e imprensa, das grandes lojas. De modo geral, a árvore de natal é preparada com quatro semanas de antecedência, . São poucas as famílias que constroem presépio e não há o costume da ceia de natal. Todos vão dormir depois da Missa do Galo. O bom da festa é mesmo quando a mesa fica pronta para o almoço natalino. Após o almoço é que começa a distribuição dos presentes, nas casas.

ISRAEL: Em Israel está um dos maiores santuários cristãos. de lá partiram mensagens que até hoje inspiram milhões de pessoas, sem distinção de raça ou religião. Para os cristãos, a grande hora vem com o mês de dezembro, naturalmente. Foi na Palestina, cidade de Bethlehem - casa do pão - que uma certa estrela guiou os 3 Reis Magos a um pobre estábulo onde Maria daria à luz o menino cujas idéias e palavras de perpetuariam através dos tempos. Mais uma vez, milhares de pessoas visitarão o local do nascimento do Menino-Deus, situado no alto de uma montanha da Judéia, hoje uma pequena cidade construída ao redort de um dos mais antigos templos da cristandade, a Basílica da Natividade.  Em Israel, os cristãos são minoria diante da população judaica e muçulmana. Sem contar que ainda há divisões naquela minoria. As festas de Natal são separadas da seguinte forma: 24 e 25 de dezembro, a católicos e protestantes; 6 e 7 de janeiro, ortodoxos; e 18 e 19 de janeiro, armênios. No mais, a comemoração é a mesma, com presépios e tudo o mais, contando ainda com a presença de amigos de outras religiões. Isto serve para mostrar que o Natal pode ter muitos significados e diversas formas de comemoração, mas é, acima de tudo, uma grande confraternização universal de todos os povos.

ITÁLIA: O italiano continua fiel a seus princípios católicos. Por isso, a festa de Natal é, principalmente, a Missa do Galo que começa à meia-noite e termina às 5 da manhã e, mais importante que a árvore, o presépio merece toda a atenção das crianças. Desde os primeiros dias de dezembro começa a corrida na compra dos presentes a serem depositados debaixo das árvores de Natal. O dia dos presentes é o dia de Reis Magos quando as crianças penduram as meias compridas nas chaminés ou janelas. Quem traz os presentes é a velha Befana, uma espécie de bruxa boa, embora severa com as crianças mal comportadas - curiosamente a mesma Babreska das crianças russas. E como não poderia deixar de ser, o principal da ceia natalina, generosamente regada a vinho, é o conhecido panetone. No interior do país, na ceia há o típico doce chamado de Sfogliatelli, bem carregado com mel e ricota fresca ou então o Ravaioli com bastante ricota. Nas aldeias, à tarde as pessoas se reúnem nos salões para dançar. Na noite de Natal existe um importante costume: ir à missa da meia-noite. Em Roma o papa celebra a missa na basílica de São Pedro.

MÉXICO: Lá, tudo começa com uma visita à família. Amigos e parentes formam um grupo de peregrinos e vão juntos visitar seus familiares, pedindo pousada para a mãe de Cristo naquela casa.  Na véspera do Natal, as casas são decoradas, além do presépio, com fitas coloridas, serpentinas e a árvore de Natal. As festividades terminam em 6 de janeiro quando as pessoas se reúnem de novo e saboreiam um bolo com sabor de aguardente de laranja, no qual são escondidas 2 ou 3 bonequinhas. Quem tirar a fatia com uma delas tem que fazer outra festa no dia 2 de fevereiro, com outra reunião e nova distribuição de presentinhos às crianças. 

PORTUGAL:  Este é um país que tem tantos Natais quantas são suas províncias. No Minho, o Natal é à beira da lareira, tanto na casa do rico como na do pobre. A grande tradição é o grande lume sagrado, que arde a noite toda, acalentando as Almas Santas, que já pertenceram à casa. As celebrações dos Trás-os-Montes são cheias de movimento e colorido: um personagem que ficou conhecido como "A Velha", geralmente um homem vestido de mulher, corre nas ruas atrás de crianças; lá também ainda sobrevivem as pastoradas e outros autos bíblicos, ainda se apresenta "A Embaixada" e, no terreiro, danças ao toque de gaita de fole, caixa, bumbo e castanholas até o anoitecer. Nas Beiras, os cortejos evocativos dos reis Magos, com sua suntuosidade, alegria, clarins, bandeiras e archotes acesos também perduram. No Ribatejo, o Natal é o das fogueiras na praça das grandes vilas, das broas e dos bolos de gema. O Douro mantém suas tradições bem acesas: a consoada, ou ceia, é famosa com suas rabanadas, formigos, uvas, passas e vinho quente. Na véspera do Natal algumas cidades fazem uma queima de fogos de artifício e muitas famílias preferem armar um presépio em casa do que uma árvore de Natal. O presépio é enfeitado com pequenos vasos de milho, lentilha e trigo. Junto com os santos eram colocadas frutas da época, maçã e pero, que depois são dadas às crianças. A Missa do Galo é uma oportunidade para todos se encontrarem. O Papai Noel, mais conhecido nas terras portuguesas como o Velhinho do Natal, na crença das crianças traz os presentes para os sapatinhos na janela. No dia 24 as famílias se reúnem e há os repentistas, com suas músicas. A comida da ceia do Natal geralmente é bacalhau com grão de bico - Vinha Dalho - e carne de porco. Em muitas casas a festa se arrasta por dois dias após o Natal. No Ano Novo há o espetáculos dos fogos de artifício e das Viloas, as moças vestidas com roupas tradicionais: saia listrada de verde, amarelo e branco, blusa branca e capa vermelha, moças que vendem flores às pessoas nas ruas.

SUÉCIA:  Neste país, além da festa de Natal, há uma grande comemoração em 13 de dezembro, dia de Santa Luzia, o mais curto do ano, com apenas 4 horas de luz durante o dia. Outra característica é a extensão das festividades. Elas só terminam em 13 de janeiro, quando a árvore de Natal (armada de maneira totalmente simétrica, herança dos vikings que diziam ser o Universo organizado como um enorme pinheiro) é desmontada em meio a danças típicas. O Papai Noel sueco é diferente. Chamado de Jultomte, é pequeno, magro e há muito era uma figura vingativa, mas com o cristianismo ele se tornou bonzinho e trocou suas roupas cinzentas pelas vermelhas de Papai Noel.

UCRÂNIA: Nesse país, a religião é ortodoxa (greco-católica) e a igreja tem uma influência muito grande nas comemorações do Natal. A festa não é no dia 24 de dezembro, mas sim em 7 de janeiro. Na véspera, dia 6, há a Missa do Galo, às 19 horas e no dia 7 é que armam a árvore de Natal. A festa começa na véspera quando os familiares e amigos vão à igreja. Ao retornarem à casa eles comemoram com uma ceia que geralmente é iniciada pelo chefe da família, o pai ou avô. Há comidas típicas feitas com centeio e compota de frutas. Alguém se fantasia de São Nicolau (Papai Noel) e traz os presentes. A casa costuma estar enfeitada com feixes de trigo onde se escondem nozes, doces, ovos pintados. Há também a árvore de Natal onde se penduram doces, maçãs e alguns presentes. Nas pequenas localidades há o costume de grupos de pessoas, adultos e crianças, saem para cantar e representar trechos bíblicos nas casas dos outros que retribuem com doces. As pessoas gostam de confraternizar, de se reunir, brincar de fazer boneco de neve, de encontrar as pessoas e transmitir alegria e entusiasmo.  A Páscoa é que é a maior festa religiosa para os ortodoxos.

E agora informações sobre as origens do presépio, da árvore de Natal, da Missa do Galo, do Papai Noel, enfim da simbologia usada para lemb rar a data magna da cristandade.

ÁRVORE DE NATAL:  A tradição da árvore de Natal em festas religiosas é mais antigas que o cristianismo. Há muitas estórias sobre a origem da decoração de árvores em festas, mas o certo é que os antigos egípcios consideravam as tamareiras como símbolo das forças da vida e, por isso, nos rituais religiosos do inverno, levavam estas árvores para dentro de suas casas, decorando-as com doces, destinados às crianças e jóias coloridas. A árvore enfeitada teve origem entre os povos nórdicos, que respeitavam o carvalho como símbolo de alta expressão religiosa. Esses povos agradeciam ao deus Odin pelos benefícios recebidos durante o ano todo com carvalhos ornamentados de maças douradas, bolos e doces.  Eles construíam os chamados "Morros do Calendário", aproveitando pequenas elevações do solo  e cortando-as de jeito a formarem pirâmides com degraus circulares, onde depunham suas oferendas. Na parte superior dessas pirâmides fixavam um poste, cuja sombra, segundo a posição do sol, indicava a passagem das estações e dos meses do ano. Como nas regiões nórdicas o inverno é extremamente rigoroso e, a 21 de dezembro, o sol principia a se elevar de novo no horizonte, após o solstício (época em que o sol, tendo-se afastado o mais possível do Equador, parece deter-se e estacionar alguns dias antes de voltar a aproximar-se outra vez do Equador), acendiam enormes fogueiras para, como acreditavam, auxiliar o astro na sua luta contra as trevas. Acredita-se que a primeira árvore de Natal tenha sido o carvalho - que se julgava sagrado - abatido por São Bonifácio, o Apóstolo dos Alemães (672-754) para provar que um cristão poderia enfrentar os deuses. Com o advento do Cristianismo, o uso da árvore enfeitada saiu das florestas germânicas para o culto do Natal entre todos os povos anglo-saxões e outros povos. Os romanos decoravam árvores nas festas anuais denominadas "Saturnálias" em que se comemorava a passagem da estação fria e chuvosa para a estação quente e seca. A transformação do símbolo pagão da árvore para o símbolo natalino de adoração do menino Jesus foi realizada pelos primeiros missionários cristãos. Nós, inclusive, o recebemos através das seitas protestantes aqui disseminadas pelos alemães, ingleses e norte-americanos. Alias, também as tradições musicais populares de Natal são de origem alemã e protestante. A história registra a apresentação do pinheiro como símbolo de Natal em 1605 na cidade de Estrasburgo, França. Representando a "árvore do Jardim do Éden, do Paraíso", ele foi adornado com rosas coloridas e artificiais, maçãs, açúcar e hóstias pintadas. Antigamente colocavam-se presentes, doces, balas e frutas em seus ramos, o que dava um visual alegre e familiar. Já a estrela colocada no alto da árvore simboliza aquela que guiou os reis magos na noite de Natal. Hoje em dia a maioria das famílias faz questão de ter a árvore de Natal em seus lares, seja ela natural ou artificial.

CARTÕES DE NATAL: Os cartões de Natal surgiram na Inglaterra em 1843, logo depois da edição do "Conto de Natal" de Charles Dickens. Foi o diretor do British Museum of London, Sir Henry Cole, quem inventou o cartão de Natal, ao descobrir que não teria tempo para redigir todas as mensagens de felicitações aos amigos. desde essa época, os cartões de Natal entraram em moda na Europa, atingindo a América em 1880.

MISSA DO GALO: A Missa do Galo é da tradição de todos os povos católicos e latinos, que a faziam rezar, à meia-noite do dia 24 de dezembro. A denominação "Galo" não tem nada a ver com São Pedro, que negou a Cristo três vezes antes que o galo cantasse. Na tradição romana e depois cristã, o canto do galo anunciava o novo dia, enquanto a negação de São pedro, se deu antes que o dia nascesse. Dessa forma, a Missa é o ato litúrgico da véspera, antes que nasça o dia em que Jesus também nasceu.

PRESENTES: O incenso, a mirra e o ouro, simbolizando a fé, o sofrimento e a realeza, foram os primeiros presentes de Natal, oferecidos pelos Reis Magos Baltazar, Belchior e Gaspar ao próprio menino Jesus. A tradição de presentear amigos remonta, porém, à Roma antiga, onde se costumava oferecer estatuetas em argila, pedra mármore, ouro ou prata durante a festa da Saturnália. A troca de presentes entre os romanos simbolizava a amizade: o ouro para aumentar a riqueza; o candeeiro, para propiciar sabedoria e os doces para assegurar uma vida de delícias ao sortilegiado. No século VII, o Papa Bonifácio começou a distribuir pães benzidos entre os fiéis que compareciam à missa do Natal. Estes, por sua vez, retribuíam com presentes às obras da Igreja durante a festa dos reis Magos, no dia 6 de janeiro. Em 1785, surgiu em Paris a primeira loja especializada em presentes de Natal.

PRESÉPIOS: O presépio - que, em latim, quer dizer estábulo, curral - tem sua invenção atribuída a São Francisco de Assis, que em 1223 festejou a noite de Natal em um bosque de Greccio, diante de um grande presépio armado entre as árvores. A ser verdade histórica, é a mais antiga comemoração natalina. O fato é que, já em 1391, as freiras do Salvador montavam um presépio em Lisboa e a Europa toda cultivou a moda. Segundo a história, o primeiro presépio construído no Brasil foi em 1584 trazido pelos jesuítas de Portugal e armado no Rio de Janeiro. Sobre o primeiro presépio brasileiro existe o registro do Padre Fernão Cardim: "neste colégio tivemos o Natal com um presépio muito devoto, que fazia esquecer os de Portugal; e também cá Nosso Senhor dá as mesmas consolações, e avantajadas. O Irmão Barnabé Telo fez a lapa e às noites nos alegrava com o seu berimbau".

VELAS:  Da ênfase pagã à luz, não é difícil traçar o caminho percorrido pelas luzes, fogos e fogueiras ao ar livre que eram usados para adoração ao sol aos vários costumes centralizados na vela para iluminar o nascimento de Jesus. Muitos costumes, aliás, são originários dos tempos pré-cristãos, como por exemplo, a moderna decoração de Natal iluminada por luzes.

25 DE DEZEMBRO: Sempre houve uma tendência para situar o nascimento de Cristo em outro dia: Clemente, da Alexandria, sugeria novembro, alguns religiosos pregam que Ele nasceu em abril ou maio, um cronista em 243, propõe 28 de março, porém, só em 440 o Natal chega ao dia 25 de dezembro. A razão da escolha é explicada pela vontade de fazer desaparecer um hábito pagão, substituindo-o por uma solenidade cristã. A data oficial foi fixada pelo Papa Julio I, porque a 25 de dezembro, Roma pagã comemorava o "Natale Soli Invicti", isto é, a festa solesticial consagrada ao sol, cuja luz começava a prevalecer sobre a noite. Ao decidir o combate às festas pagãs, o clero romano teria pensado no nascimento de Jesus que, segundo o Evangelho, era "a verdadeira luz do mundo". Consagrada por Roma a data, toda a Igreja a adotou. Houve alguma resistência da Igreja Oriental, pois a tradição consagrara o dia 6 de janeiro, data da "Epifânia", como o dia do nascimento do Menino Jesus. Durante  vários séculos o Natal foi apenas o aniversário da Igreja e comemorado unicamente por serviços religiosos. À medida, porém, que o Cristianismo alcançou terras pagãs, a legislação liberal de Gregório I, o Grande, e a coordenação dos missionários transformaram o Natal também em festa popular.

 

 

  

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