MENSAGENS EDUCATIVAS POSITIVAS
TEMA: A minissaia e a liberdade brasileira |
Grande polêmica foi criada quando em novembro de 2009 uma aluna de certa universidade paulista apareceu na aula com uma minissaia curtinha e os alunos reagiram e a aluna foi expulsa da universidade, expulsão cancelada dias depois devido á repercussão do caso. O texto a seguir é para a reflexão sobre alguns temas relacionados da triste realidade da sociedade e da educação brasileira que não formam pessoas com caráter, responsabilidade, ética e um pouco de juízo para distinguir como se comportar em sociedade. |
A minissaia e a liberdade à brasileira Autoria: Adriana Berger, professora de História e Literatura Brasileira.Voltei preocupada com a teoria e a prática que se alastram pelo nosso país: o da liberdade à brasileira. Pelo que vi em grandes e pequenas cidades o Brasil passa por um momento de grande licenciosidade, vulgaridade, superficialidade, besteirol. Vi meninas dançando em cima de garrafas. Sexo aberto em bailes e shows. Em novelas, programas de entretenimento, o corpo da mulher é usado e abusado. Noventa por cento da programação nacional da TV aberta é sobre cirurgia plástica, cosméticos, penteados, fofocas, brigas domésticas, rezas e “curas”, receitas, remédios, cães e bichos, violência.
Piadas, de bêbado e homossexual. “Psicólogos”,
“conselheiras” sentimentais e familiares usam sofrimentos de pessoas em
programas sensacionalistas. Há “formadores de opinião” para qualquer assunto.
Afirmo, sem medo de errar, que nós precisamos é de formadores de caráter. Há um
grande apagão cultural. É como se todos estivessem sonâmbulos. Não se discute
nada de profundo, alternativas para o país. A juventude sem sonhos e poesia não
tem em quê ou em quem se inspirar.
Contrabando é crime, mas, artigos contrabandeados
são vendidos nas ruas na cara da polícia. O cerrado e a floresta, mais
destruídos. As cidades em colapso no trânsito e na urbanidade. Crime e violência
por toda parte. Milhões de brasileiros nas filas de atendimento da péssima saúde
pública. O Brasil continua exportando matéria-prima e importando bugigangas.
Baixa produção científica e tecnológica. Cada vez menos formandos em matemática,
engenharias, física, química, biologia, ciências exatas.
A star is born
(Nasce uma estrela)
Com apoio de certa tv nasce uma estrela nos
costumes e no showbiz brasileiro. O cenário se repete. A moça já foi convidada
para posar nua. Vai desfilar numa escola de samba. Em breve poderá ter seu
espaço televisivo e ser mais uma formadora de opinião. Num programa de tv ela
sentou-se na cadeira da fama, mas de jeans. Mandou recado para milhões de
garotas: “a roupa é minha, visto como quiser, às sextas sempre vou a baladas e
já saio de casa vestida e não devo satisfação a ninguém, aquele vestido é um dos
mais discretos que uso”.
Recebeu apoio de universitárias de Brasília com
os seios à mostra: “se quiser ir nua que vá é a liberdade de cada um, o corpo é
meu, ninguém tem nada com isso”. O apresentador do programa com cara de pateta,
cercado por estudantes-tietes achando-se o máximo por promover a “liberdade”.
Uma aluna de minissaia, saltos altos, super maquiada, produzida para baladas, em
aula noturna, no meio de marmanjos, ou está com problemas de aceitação, chamando
atenção para ser notada; ou não sabe a diferença entre o vulgar e o popular; ou
esta querendo bagunçar com um confronto premeditado.
Nas escolas do mundo todo há normas, uniformes,
regras de comportamento onde muçulmanos, cristãos, budistas, ateus, ricos e
pobres, educam jovens que continuarão a defender valores e princípios de seus
povos e países. Psicólogos, professores, ao perceberem o comportamento da aluna
deveriam ter conversado com ela, orientá-la, ajudá-la a superar fobias e
rejeições. Não o fizeram. A reação de estudantes foi desmedida, vazia de
conteúdo. Sem instituições sólidas, cria-se a liberdade à brasileira.
Em que ou em quem se espelha a aluna do
microvestido? O que tem aprendido em ética, valores, comportamento e convivência
social? O que ela ouve e vê a seu redor? “Sou livre, visto o que quiser a hora
que quiser”. Num país sem retentores morais, com apatia política e cultural, sem
critérios, a garota não tem a quem responder ou dar satisfação. Nem em casa, nem
na escola, nem à sociedade, nem ao país. “Se, juiz e desembargador podem, eu
posso; se deputado e senador fazem, eu também posso fazer; se o presidente, seus
ministros, o prefeito, podem, eu também posso”.
A TV incentiva quebradores de regras. Cria espaço
para mulher-melancia, samambaia, melão, morango. Popozudas ensinam danças, abrem
as nádegas e, se abaixam, para mostrar mais. Um programa de tv no domingo dia 15
de novembro entrou em milhões de lares promovendo o livro e o filme de uma
ex-prostituta, e um concurso onde aparecem meninas com pouca roupa. A
Proclamação da República, data histórica do povo brasileiro não interessa. Não
dá IBOPE. Em dez minutos, a tal TV daria a milhões de jovens uma necessária aula
da queda do império, a velha República, a era Vargas, JK, a ditadura militar e
em 15 de novembro de 1989 a Nova República.
Estão rasgando páginas de nossa história. A
memória nacional se extingue. Com tanta noticia que precisa ser dado ao povo o
noticiário noturno da TV, no dia 16/11, se despediu destacando prostituta de
noticia velha de tablóide inglês.
O que ensina e estimula a mais rica e poderosa
escola do Brasil? Não há na TV aberta brasileira (concessão pública) incentivo
ao cumprimento de leis, a regras de respeito mútuo, à solidariedade e
cooperação. Destaques, astros e estrelas, são os da marginalidade, corruptos
bem-sucedidos, políticos mentirosos, os da sexualidade vulgar.
Meu querido Brasil: rico por natureza, mas pobre
de cidadania, princípios e ética.
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