MENSAGENS EDUCATIVAS POSITIVAS
TEMA: PAI IDEAL: FIRMEZA COM CORAÇÃO |
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PAI IDEAL: FIRMEZA COM CORAÇÃO Antonio de Andrade * É comum a afirmação sociológica que a família é "a célula principal da sociedade humana", o primeiro ambiente social no qual a criança evolui e aprende os primeiros ensinamentos, internalizando aprendizados sobre regras básicas do agir e conviver com os outros, os limites, valores, atitudes culturais, emocionais, morais, éticas e outras informações necessárias para vir a ser um cidadão consciente e uma pessoa disciplinada na sua dimensão individual, social e futuramente, na vida profissional e de casal. Com as influências que recebe na família, a criança irá construir suas características pessoais, seu modo de pensar, sentir, reagir e de se relacionar, seus valores, esperanças, etc. Há pai que utiliza no relacionamento com seu filho, o "estilo autoritário" que era muito utilizado algumas gerações passadas: ele educa de modo rígido, severo, dogmático, inflexível, rigoroso, repressivo, ríspido, exigente, dá ordens e direções, valoriza obediência cega às regras e valores estabelecidos, reprimindo quaisquer outros comportamentos. Quando o filho/a comete alguma falta, lhe dá castigos físicos ou outros corretivos disciplinares, como punição. O filho reconhece e obedece integralmente a autoridade do pai, sem nenhum questionamento e nesse ambiente de autoritarismo, não tem outra escolha a não ser agir de modo resignado, obediente, submisso, dependente, silencioso, com medo, ansioso, frustrado, etc., o que poderá provocar nele inibição da sociabilidade, baixa auto-estima, frustrações, agressividade reprimida, sentimento de inferioridade, etc. Já um outro tipo de pai adota um "estilo educativo permissivo" (conhecido como laissez-faire), excessivamente liberal, indulgente, com fraqueza de controle e sem colocação de limites ao filho/a. Esse pai permite tudo, não proíbe nada, deixa o filho fazer o que bem entender que seja feito, dá o menor número de orientações, abstendo-se de avaliar, quer seja no sentido positivo ou no negativo. Certamente esse tipo de pai foi influenciado com a publicação das experiências da Escola inglesa de Summerhill, que dava liberdade total aos seus alunos e pelas mudanças na juventude da década de 60, com o comportamento "hippie" e com a influência da explosão libertária dos jovens universitários franceses ocorrida em 22 de março de 1968, iniciando a Revolução Cultural na França que espalhou as suas ideias pelo resto do mundo.(2) Em pleno século XXI é encontrado pai que age com esse "estilo permissivo", por sentir culpa ao pensar em impor quaisquer limites ao filho/a. Esse pai acredita na ideia, sem fundamento, que o filho/a ficará frustrado se lhe forem estabelecidos limites e regras. Essa ideia é crendice popular, ideia distorcida e sem fundamento científico já que nenhuma teoria recomenda aos pais que não ensinem limites às crianças e não exerçam a natural autoridade, educando os seus filhos. Esse tipo de pai, além de errar na interpretação das teorias psicológicas, e por ter, ele próprio, ficado frustrado e desiludido com a educação repressora e punitiva que teve na infância, quer dar ao seu filho/a uma educação diferente da que teve e também, porque não quer que seu filho o veja como autoritário, repressor e inibidor mas o veja como "bom" pai. E assim, esse tipo de pai dá liberdade total para o filho ter quaisquer tipos de comportamentos inadequados, para ter ataques emocionais de raiva, choro, birra, agressividade verbal (xingamentos, palavrões, etc) ou física (bater em outras pessoas) tolerando até as grosserias, a falta de respeito do filho e os abusos que ele comete. Agindo desse modo com o filho, o pai sofrerá as consequências de ter criado filho que é um verdadeiro "tirano" exigente que manda e desmanda sobre os membros da família, sem ter aprendido regras de convívio, limites, bons comportamentos e disciplina.
O pai adepto desse estilo democrático sabe que Jean Piaget (1896-1980) colocou
"o afeto como motor da ação" e tem consciência que ao dar estímulos positivos ao filho, demonstrando afeto, estará levando-o a acreditar em si
próprio, desenvolvendo uma autoestima positiva com melhores condições de acerto, estimulando-se assim um agir responsável, mais equilibrado, com
independência e autonomia. Por isso, este tipo de pai, não só diz ao filho/a que ele é capaz, mas que ele está cada dia melhor, levando-o a
sentir-se autoconfiante, dando-lhe sempre desafios e oportunidades para o êxito em suas atividades.
Então, se você é pai, tem a grande oportunidade de educar bem o seu filho/a. Que tal aproveitar as comemorações do Dia dos Pais para fazer uma reflexão sobre como está educando o seu filho/a? Aproveite agora, no hoje, essa oportunidade pois chegará o dia em que seu filho/a não mais precisará de suas orientações, pois como um adulto consciente já terá internalizado as boas orientações que recebeu. O psicólogo Abraham Maslow já tinha feito esse alerta quando fez uma comparação: "A criança assemelha-se a uma árvore nova que está exposta ao vento e à tempestade. O jardineiro coloca uma estaca para evitar que ela entorte ou quebre com a força do vento, e para que cresça na direção certa. Quando já estiver bem crescida e o tronco bastante forte, a estaca não será mais necessária".(4) Então, vamos lá pai! Mãos à obra para educar bem o seu filho! Será um pai mais feliz por ver seu filho/a desenvolver-se com equilíbrio e a sociedade, certamente, agradecerá suas ações de pai consciente... * Antonio de Andrade desenvolve em seu livros as ideias deste artigo, em especial nos livros "Criança Feliz, Adulto Feliz" e "Disciplina e a Educação para a Cidadania", livros encontrados somente pelo site www.editora-opcao.com.br
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