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 TEMA: EMPRESA: O PODER DO BOATO 

Prezado/a internauta 

 

Geralmente as empresas dão pouca importância aos boatos e fofocas existentes em seu meio ambiente. O texto apresentado a seguir, é para lançar algumas ideias sobre esse tema: boato e fofoca dentro da empresa.

 

Leia e tire suas próprias conclusões.

A imagem é de autoria desconhecida.

 

Com um abraço fraterno,

Antonio de Andrade

 

Nota: Empresas podem melhorar o ambiente humano e em especial o relacionamento entre seus funcionários, promovendo entre as chefias, o Seminário "Análise Transacional para o Desenvolvimento Interpessoal", um treinamento de dois dias de duração. As informações sobre este Seminário de treinamentos de chefias pode ser encontrada neste site.

  

        

   

EMPRESAS: O PODER DE UM BOATO

 

 

Boato ou fofoca são notícias que uma pessoa conta para outra, contando fatos distorcidos (em sua maioria aumentados, ou inverdades ou ainda, tira conclusões de algumas palavras que ouviu, como mostra bem a figura acima.

O boato ou fofoca é isso: uma hipótese baseada em dados deficientes e falsos: vimos alguém passando, vimos alguém falando e sorrindo para alguém e logo concluímos que fulano está indo se encontrar com... ou que sicrano está "cantando" alguém... Basta pouco, pouco mesmo e lá vai a história inteira, baseada em fatos minúsculos: um passar, um sorrir, um falar. Como se vê, é preciso muita imaginação para fazer fofoca ou passar à frente um boato...

O que não se diz sempre com a desejável clareza é que o boato ou fofoca é a imaginação de quem faz o boato/fofoca. Diz o ditado popular que quem conta um conto, aumenta um ponto... Quando se sabe de um boato ou fofoca grande, pode-se ter a certeza de que foi construída por imaginações férteis à custa de frustrações de muitas pessoas, cada uma delas acrescentando ao relato original seus medos e inseguranças...

Dentro das pessoas existe uma voz que parece uma comadre astuta, vigilante e malevolente que observa as pessoas no mundo e está sempre pronta a atribuir-lhes as piores intenções... Essa comadre fofoqueira é chamada pelos psicanalistas de "Superego". Os analistas transacionais a chamam de "Pai Crítico Perseguidor", perseguindo as pessoas através de seu "diálogo interno" cheio de preconceitos...

Todos nos sentimos vítimas da fofoca e de boatos - quando somos seu personagem. Mas ninguém se sente "agente" criador de fofoca e iniciador de boato. Estranho, não? Você já parou para pensar e verificar se, involuntariamente, no seu trabalho, não está iniciando boatos ou se não está, sem o perceber, fofocando sobre alguém?

Fofocar ou espalhar boatos é um comportamento encontrado em muitas empresas. Isso traz prejuízos para o ambiente de trabalho, para a confiança entre colegas e chefes, para o moral de grupo e para a pessoa vítima da fofoca ou do boato. É preciso que cada um que trabalha em uma organização - você inclusive - tomem muito cuidado com o que fala por ai a respeito dos outros. Não se "ganha" nada com isso, mas um boato ou fofoca pode prejudicar alguém de forma irreparável, tanto em sua vida pessoal quanto na profissional. Que cada um viva a própria vida, não se preocupando em "por o nariz na vida alheia".

Só quem viveu o fato sabe como ele foi. Quem ouviu falar ou só sabe um pedaço - quase sempre muito pequeno - não sabe o que aconteceu. Imagina, supõe, advinha - usando suas frustrações, seus medos, seus anseios para complementar o que não sabe. E pronto, aí está criada a fofoca ou boato. Se você transmitir somente o que percebeu - com louvável espírito científico e ético - dirá apenas coisas assim: ... vi fulano passar andando depressa... vi fulano conversando com alguém. Falavam e sorriam. Vi sicrano em uma festa, conversando animadamente com...

Há especialistas que defendem a ideia de haver dentro de uma organização, uma "central de boatos"... Senão, vejamos...

Em um sentido etimológico, a palavra inglesa "grapevine" significa videira, pé de uva. Na gíria americana o termo aplica-se ao angustiante mundo dos executivos, mas especificamente, às salas, corredores e até banheiros de uma empresa, isto é, sua central de boatos. O simbolismo do termo americano se explica: uma videira, como se sabe, cresce para todos os lados, para cima e para baixo. Dessa mesma forma dinâmica e imprevisível, aparecem e circulam os boatos dentro de uma empresa. Seja como for, no entanto, o assunto não é tão prosaico como parece à primeira vista. Na verdade é cada vez maior a importância atribuída à central de boatos, com todos seus defeitos e virtudes, pelos estudiosos dos problemas da moderna administração e pelos Psicólogos industriais.

Frequentemente relegada a um segundo plano pelos dirigentes de empresa, atemorizados talvez por sua natureza quase intangível e até por uma enganosa superficialidade, a chamada central de boatos se constitui atualmente num dos aspectos mais fascinantes e vitais das comunicações dentro de uma empresa - como sustenta o especialista americano Keith Davis, professor de Administração da Universidade do Arizona. E é justamente nesse sentido - o de seu uso como um eficiente meio de comunicação interna - que Davis alerta os executivos, principalmente os de Recursos Humanos para a importância da central de boatos dentro de uma organização.

Em primeiro lugar ele define a central de boatos ou "grapevine": trata-se de um sistema informal de comunicação, escorado numa base estritamente pessoal. Em oposição ao sistema formal, que se manifesta de cima para baixo através de memorandos, ordens e instruções - como reza o organograma das organizações - o sistema informal nasce do relacionamento entre os funcionários e nele a gerência não exerce influência ou controle. E, ao contrário do que muita gente pensa, afirma Davis, ela é uma atividade normal e saudável dentro de uma organização, surgindo da necessidade natural que as pessoas têm de falar sobre seu próprio trabalho e da gente que o povoa. Muitas vezes, graças ao seu dinamismo e colorido especial, a central chega a complementar o sistema formal de comunicação interna, quase sempre empolado e redundante, quando não vago e mal escrito. Seria essa, segundo Davis, a primeira virtude da central de boatos: complementar a versão oficial, aquela que sai das salas da diretoria.

E nessa linha de ideias, Davis vai mais longe ainda, se não afirmando, pelo menos endossando a tese de que, sem uma central de boatos para tapar os buracos do sistema formal de comunicação, qualquer empresa definharia, pois seus funcionários estariam privados de falar sobre as coisas e a gente da empresa o que, para eles, é uma forma inconsciente de mostrar o interesse pelo trabalho. A partir do momento em que não querem saber o motivo pelo qual fulana chegou atrasada ou quem vai ser promovido no próximo mês, seu comportamento já não seria normal. Segundo conclusão de Davis: feliz do empresário que tem dentro de sua empresa uma ativa central de boatos...

E como funcionaria essa central de boatos? A maioria dos empresários acha que se trata de uma cadeia de fofocas, na qual uma pessoa conta alguma coisa a todas as outras, ou que A conta a B, que fala a C e este passa a D, até que umas vinte pessoas estejam envolvidas. A essa altura Y recebeu a informação muito tarde e  de forma incorreta. No entanto, pesquisando mais a fundo, Davis chegou à conclusão de que, além desse sistema, existe um outro muito mais intrigante e, quem sabe, bem mais eficiente: A pessoa A conta algo a três ou quatro amigos selecionados. destes, somente um ou dois passarão a informação adiante e, geralmente, a mais de uma pessoa. Assim, de acordo com o mecanismo desse sistema, é lógico supor-se que, na verdade, apenas algumas pessoas são os "comunicadores ativos" da central de boatos. Exemplo: se somente 87 funcionários sabiam que fulana se casou secretamente no sábado passado é certo que o fato lhes foi contado por um grupo de dez ou quinze pessoas. O restante sabia mas não divulgou a notícia. E o porquê deste curioso comportamento de uma minoria - ou um grupo ativo - tem sua explicação em fatos de ordem psicológica.

De fato as pessoas acionam a central de boatos quando estão tomando parte ativa em algum tipo de ação ou acontecimento dentro da empresa, especialmente épocas de insegurança coletiva. É o caso daqueles que se sentem ameaçados pelo corte anual da empresa. Por outro lado, a amizade também desempenha papel importante em tudo isso. Se Maria está para ser despedida ou Marli vai ser promovida, os amigos imediatamente ativam a central de boatos.

É nesse momento, aconselha Davis, que a gerência deve estar alerta para, ao sentir o pulso de uma insatisfação latente, alimentar a central com informações fidedignas - de forma a manter um clima de tranquilidade dentro da empresa. Se os funcionários não forem informados rápida e objetivamente sobre situações delicadas, como as dispensas em massa, começam a tirar conclusões, transformando tudo, daí em diante, em rumores desencontrados e alarmantes, envolvendo outras áreas nesse processo. Da mesma maneira a central de boatos se põe muito ativa quando as informações de cima chegam de forma dispersa e fragmentada e às vezes até atrasadas. É preciso contar a história imediatamente e muito bem contada - adverte Davis.

Sobre a maneira como surge uma central de boatos, são muito interessantes as observações do professor Davis, principalmente ao afirmar que ela, muitas vezes, é involuntariamente criada pela gerência. Ele explica assim: a central funciona na base da boca e isso só é possível quando as pessoas estão muito próximas  fisicamente um das outras: quando suas mesas são coladas ou quando é possível ir de uma sala a outra, caminhando tranquilamente.

No fundo, ao afirmar isso, ele está pensando naqueles indecifráveis mapas e diagramas muito utilizados pelas empresas nas épocas de remanejar seu pessoal em salas e corredores. Aí procura-se aproveitar o maior espaço possível, isto é, juntando e apertando uns aos outros. O resultado é o nascimento de uma ativa central de boatos.

Davis contesta ainda aqueles que questionam a validade da central de boatos, descartando-a como uma simples máquina de boataria, sem o menor sinal de autenticidade. Pesquisas mostram que a tendência da gerência, quando confrontada com o produto da central, é considerar apenas os rumores e não os fatos por ela trazidos à luz. Feita uma análise da central de boatos em funcionamento, afirma o especialista americano, constata-se que 90% das informações que divulga são verdadeiras, embora na maioria das vezes as histórias sejam falhas ou incompletas nos detalhes. Ocasionalmente a central está tão ou bem mais informada que a gerência.

De acordo com Davis uma das características básicas da central de boatos é a sua extraordinária velocidade, que permite a um pequeno grupo de pessoas atingir a um grupo maior em algumas horas. Através do e-mail ou de outros meios de comunicação, como a viagem em avião à jato, é possível à central de boatos dar pulos de milhares de quilômetros em pouco tempo.

Segundo as pesquisas, os homens estão tanto ou mais envolvidos na central que as mulheres. E entre estas as secretárias são as maiores fontes de informação dentro da empresa, participando ativamente das centrais de boatos. Davis não menciona, mas certamente o pessoal da limpeza das grandes empresas, em especial os servidores de café e as equipes de manutenção, também podem, de acordo com seu nível de inteligência e relacionamento dentro da empresa - em geral cordial com o pessoal de menor gradação - servir de excelentes agentes da circulação de informações, graças a sua mobilidade interna.

De qualquer forma, conclui Davis, os empresários têm mesmo que viver com a central de boatos, independente de suas opiniões a respeito. Mas, apesar de ser inevitável, ela pode ser útil em certas ocasiões. Para tanto é preciso, em primeiro lugar, respeitá-la e entender o seu funcionamento, para depois tirar proveito de algumas de suas virtudes nas épocas de crise. É o caso daquele presidente de empresa que ficou sabendo, através de um colega de seu motorista, que um de seus principais diretores gastava toda sua verba de representação nas noites, sozinho, de segunda a sexta.