EDUCAÇÃO:
O MEDO E O "INSTINTO DA TARTARUGA"
Antonio de
Andrade
Qualquer pessoa pode sentir medo e uma pessoa esclarecida geralmente tem menor número
de medos. Já uma pessoa que possui pouco discernimento mental e tem
falta de confiança em si mesma, pode apresentar maior número de medos e
temores. Certos medos são passageiros e outros afetam as atividades diárias
da pessoa, dos grupos sociais e da sociedade, como um todo. Quaisquer que
sejam os medos de uma pessoa ou grupo, é importante entender os medos e
lutar contra eles.
A
palavra
"medo" deriva de uma palavra grega que significa "temor", um
sentimento de inquietação, de apreensão, de incerteza, de receio em face de
um perigo real ou imaginário, uma sensação de que não pode confiar. O medo
é relacionado ao termo "fobia" (do grego phobos, pânico ou terror
incontroláveis), quando indica um medo de grande
intensidade de alguma coisa. Assim, Cinofobia é o medo de cães, Cleptofobia é
o medo de roubar, Claustrofobia é o medo intenso de
lugares fechados, Agorafobia é o medo de lugares abertos, Acrofobia é o medo
das alturas, Astrofobia é medo
de relâmpagos, Brontofobia medo de trovoadas, Gamofobia é o medo do
casamento, Necrofobia é o medo da morte, Nictofobia é o medo de escuridão,
Nomofobia é o medo de ficar sem celular, Pirofobia é o medo de fogo, Potamofobia ou Aquafobia,
medo da água, Tafofobia é o medo de ser enterrado vivo, Zoofobia é o medo de
animais, e muitos outros medos que os terapeutas enfrentam no processo
de tratamento das pessoas ou grupos.
O
medo é muito relacionado à sensação de insegurança, aquela sensação
do desconhecido. Além de estar relacionado à falta de confiança,
pode estar relacionado, também, à falta de capacidade da pessoa ou às situações
ameaçadoras que apresentem algum perigo real. Outros medos podem ser
causados pela imaginação da pessoa, por alguma coisa ou indivíduo que ela
imagina que possa prejudicá-la.
O medo precisa ser combatido em uma
pessoa porque é um sentimento muito negativo, é uma reação emocional
intensa a alguma coisa. E pode levar as pessoas, grupos e a sociedade, de modo geral, a resultados medíocres,
incentivando cada um a não assumir suas responsabilidades, fazendo as
pessoas e os grupos a reagirem emocionalmente de
modo imaturo. Um modo prático de enfrentar o medo é utilizando o sistema
"proativo" de ação, onde se analisa a situação objetivamente,
examina-se as várias alternativas de solução, escolhendo-se, ao final dessa análise,
a melhor alternativa. Um modo bem diferente de apenas "reagir"
emocionalmente aos medos.
Cada pessoa precisa enfrentar os seus medos e temores, evitando ter perturbações
orgânicas, afetando suas funções digestivas, sua coordenação
motora e nervosa que podem impedi-la de ter ações rápidas e eficientes.
Além disso o medo precisa ser enfrentado porque a pessoa poderá sofrer
entorpecimento de seu raciocínio, diminuição da auto-imagem, e o pior,
fazendo-a fugir de qualquer coisa real ou imaginária. Assim, deixará de
exercer a sua cidadania e não fará esforços construtivos
e não assumirá suas responsabilidades.
Outro medo que precisa ser combatido com todas as forças, é o medo
coletivo, em especial medo incentivado por outras pessoas. A sociedade
precisa coibir aquelas pessoas que deliberadamente fazem a
apologia do medo como modo de manipulação da sociedade, colocando medo nas outras, fazendo-as desistirem do exercício
responsável e consciente de sua cidadania e criando sérios tumultos. Desistindo de agir como
cidadãos responsáveis, essas pessoas que aceitaram o medo incutido por
aquelas outras pessoas, passarão a agir como as tartarugas fazem, diante de
alguma situação, recolhendo a cabeça e as pernas para dentro da própria
casca, para dentro do seu mundinho particular, fechando-se e evitando
quaisquer contatos com a realidade do mundo, não enfrentando nada, não
vendo nada da realidade onde vivem e em especial, as mudanças que poderiam
realizar, não sentindo nada, não ouvindo nada, enfim, não querendo saber
da nada.
Esse agir das pessoas que acreditam nos seus próprios medos ou acreditam naqueles medos que outras pessoas procuram incutir nelas, é o agir com o
“instinto de tartaruga”, conforme citado pelo filósofo alemão
Friedrich W. Nietzsche (1844-1900) quando afirmava que “a civilização
ocidental educa os homens para desenvolverem apenas o instinto de
tartaruga”, onde cada um aprenderá apenas a
defender-se, fechar-se ao mundo, recolhendo-se para dentro de si
mesmo, omitindo-se de qualquer participação na realidade. E essas pessoas
que acreditam em seus medos ou nos medos "sugeridos" por outros, além
de agirem com "o instinto da tartaruga", irão agir também, como
aqueles célebres três macaquinhos que não querem ver, não querem ouvir e
nem falar, não querem participar de nada, omitindo-se de tudo. Pessoas que
desistirão das possibilidades que teriam para ser atuantes no mundo em que
vivem, deixando de utilizar o conhecimento, a autocrítica, deixando de agir
para que as mudanças positivas ocorram em suas vidas ou na sociedade.
Vamos lá! Deixe os seus medos de lado! E não acredite naquelas pessoas que
tentam incutir em sua cabeça certos medos, tentando manipular você, suas
decisões, seus sentimentos e em especial, suas ações para as mudanças
que você considera serem necessárias, à sua cidade, ao seu ambiente, aos
grupos onde atua, ao Estado e ao país onde você tem orgulho de viver.
Vamos lá, deixe os sentimentos de confiança e de entusiasmo
desenvolverem-se dentro de você, e levante a sua cabeça com fé e com
alegria, dando passos seguros em suas atividades diárias, em suas ações.
Você pode! Você consegue parar de ter medos, reais ou imaginários! E em
especial, você pode parar de agir com o "instinto da tartaruga...
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